Durante a exposição do Dia Nacional da Cultura Científica que decorreu na biblioteca da ESE e que deu relevo à exploração espacial, alguns dos elementos da comunidade educativa manifestaram interesse em conhecer pessoalmente o astronauta Rui Moura e esse desejo foi concretizado no dia 26 de janeiro.
O astronauta português veio à nossa escola partilhar a sua experiência e os seus conhecimentos com as turmas do 7ºA, 7ºB, 7ºF, 9ºE e 11ºA. Durante 90 minutos os alunos ficaram a saber mais sobre
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o porquê de ir ao espaço;
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os testes necessários para irem ao espaço;
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qualidades e aptidões que se procuram num astronauta;
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igualdade de género e condecorações de mulheres que têm contribuído para o desenvolvimento da exploração espacial;
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força G;
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elementos que compõem a ESA (diversas nacionalidades e várias formações);
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alimentos e vida no espaço.
O convidado apresentou também alguns materiais (saco espacial, uma réplica do Sputnik,um protótipo de um martelo de pesquisa lunar, rocha lunar, entre outros) que foi recolhendo ao longo dos anos – através da Internet ou de contactos. Alguns deles exemplares raros e únicos.
No final da sessão, os alunos colocaram algumas questões que foram prontamente esclarecidas. Este teve o cuidado de durante a sessão, fazer sempre um resumo em Inglês para os alunos oriundos de outras nacionalidades que ainda não dominam a Língua Portuguesa.
A atividade decorreu de forma excelente e excedeu as expectativas dos participantes.
Rui Moura, é um geofísico doutorado pela Universidade de Aveiro (UA) que quer levar uma tripulação portuguesa às portas do espaço e foi o primeiro português a integrar o projeto Possum – Polar Suborbital Science in the Upper Mesosphere. Em 2016 fez formação na Universidade Aeronáutica Embry Riddle, a cerca de uma hora do Centro Espacial Kennedy, e participou num projeto para medir parâmetros da Mesosfera e outros dados que contribuam para caracterizar as chamadas nuvens noctilucentes. Em termos de treino futuro pretende continuar a trabalhar na simulação e ajudar na contínua adaptação e aperfeiçoamento dos procedimentos da missão. Realizou treino em aeronaves de imponderabilidade (mais conhecida por microgravidade ou zero G).
Em outubro de 2018, fez um voo em microgravidade num avião preparado para experiências científicas, um Falcon 20, que o National Research Council do Canadá tem numa base em Otava. Participou na WebSummit em novembro de 2023 para falar da exploração espacial. Participou na missão do projeto CAMOES, Caving Analog Mission for Ocean, Earth and Space Exploration – que se realizou na Gruta de Natal que irá permitir tornar os Açores num test bed para astronautas de todo o mundo. Esta missão de investigação poderá contribuir futuramente para estudos análogos e auxiliar no planeamento e design de missões lunares e marcianas. Rui Moura, que também é investigador do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, esteve em dezembro nos Estados Unidos da América e participou no lançamento do foguetão New Shepard com a equipa da MiFiRE (“Microgravity Fine Regolith Experiment”), que pretende compreender como se formam os corpos rochosos, como asteroides e planetas, no nosso sistema solar. Este foguetão da Blue Origin, famosa empresa fundada por Jeff Bezos pretende, tal como referido, contribuir para o estudo da formação planetária.
Professora, Teresa Pacheco